Quando pensamos que já vimos tudo, acontece algo que muda essa opinião. No passado dia 3, alguns elementos do Klube de Jovens de Olival, participaram na Ronda dos Sem Abrigo do Porto, RSA, em mais uma das suas rondas. Eu tinha a ideia que seria uma noite diferente mas não tanto, pois uma coisa é o que nos contam outra coisa é ver. E domingo vi coisas que me chocaram pois não pensava que existiam tantos sem abrigo mas também houve coisas que me surpreenderam pois nunca pensei que fossem tão simpáticos e divertidos. A noite/madrugada de domingo fez-me aprender que não é preciso muito para se ser feliz e ver aquelas pessoas que não têm nada, sorrir com o pouco que a RSA lhes tem para oferecer, é muito gratificante. Este Grupo que se juntou para ajudar estas pessoas, está a fazer um papel extraordinário, pois não é toda a gente que se reúne aos domingos ao fim do dia, deixando as suas famílias, e que com o seu próprio dinheiro compram o que falta para ajudar estas pessoas, que são seres humanos como nós, a terem algo para comer. No fim desta ronda só penso em lá voltar para viver outra noite como a de domingo.
Rita Gonçalves
Bem… isto vai difícil de explicar o que senti…mas cá vou tentar… Senti-me impotente, por não poder fazer mais… Senti que os meus problemas eram pequeninos, ao lado destes seres humanos. Eu tenho casa, cama, comida, roupa… e quando alguma coisa não nos agrada a 100% reclamamos porque não é assim que queríamos, quando nem nos lembramos que há pessoas que nem casa têm e que ao contrário de nós nem lhes adianta reclamar, ninguém os ouve. De certeza que não foi isto que sonharam para eles, mas uma infelicidade e se calhar não terem ninguém que os levantasse no momento deixou que se transformassem em sem-abrigo. Como é possível que um saco com salsichas, água, bolachas e uns salgados lhes faça tanta falta e nós, por vezes até deixamos estragar! Fiquei impressionada com a forma como eles falam de consumir a droga, de se prostituir… Acreditem que fiquei mesmo muito impressionada, talvez pelo fato de serem a causa da sua infelicidade e também por ser uma situação triste. O bairro que mais me marcou foi o PT e o Aleixo. Mas o que é certo, é que ainda existem pessoas que os ajudam, como é o caso da Ronda dos Sem Abrigo, RSA. O meu muito obrigada ao grupo de solidariedade do KJO por nos ter proporcionado este momento e ao RSA que nos deixou acompanhá-los num das suas rondas. Um obrigado especial à Nelita.
Patrícia Cancela
Não é fácil arranjar as palavras certas para descrever o que passei e senti durante a Ronda. Foi um misto de emoções que só vivendo se entende. Senti-me mal, por ver e perceber ao que as pessoas chegam e como uma vida fica afectada à custa de escolhas erradas que se fazem; senti-me impotente, por saber que pouco, além de entregar comida, roupa e uma palavra simpática, podia fazer por aquelas pessoas; senti-me ridícula, ao pensar que tantas vezes dramatizo a minha vida e os problemas que vão surgindo, que nada se comparam aos problemas e à vida que aquelas pessoas levam; mas, mais importante que tudo isso, senti uma felicidade muito grande no fim da Ronda, porque senti que fiz algo por aquelas pessoas, que aumentei, por muito pouco que tenha sido, o bem-estar deles, porque recebi muitos sorrisos sinceros, muitas palavras carinhosas e o reconhecimento da parte deles do bom trabalho que foi feito e que é feito todos os domingos pela Ronda dos Sem-Abrigo. É bom saber que há pessoas que todos os Domingos se disponibilizam a fazer a ronda e a despender o seu dinheiro por uma causa tão nobre. Foi sem dúvida uma noite muito especial, que me marcou muito e que, de alguma forma, me fez pensar sobre o valor de muita coisa. Foi uma experiência que recomendo a toda a gente e que gostava muito de um dia poder voltar a repetir.
Rita Oliveira
Para mais notícias sobre a Ronda dos Sem Abrigo, consulte o blog oficial desta iniciativa no seguinte endereço:
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